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O Ruído dos Sócios

O Ruído dos Sócios
Photo by Jason Rosewell

No seio de algumas associações do município de Santa Maria da Feira, observa-se um fenómeno curioso: As suas direções, de forma deliberada, evitam a admissão de novos sócios ou afastam aqueles que já o são, com o intuito de preservarem o seu domínio e controlo sobre a associação.

Estas "associações" na prática são apenas pequenas monarquias que pequenas pessoas usam para se sentirem grandes.

A mais recente associação a optar por esta triste prática de não aceitar sócios foi o CCRF. Agora, será que isto é uma pequena associação? Nem por isso! O Centro Cultural e Recreativo de Fornos tem uma escola de música que recebe fundos do estado, nada mais nada menos do que cerca de 2 milhões de euros, pagos por todos nós. Ora e para que serve tanto dinheiro? Não sabemos… para o desenvolvimento de ações culturais e recreativas não é de certeza, já que nem as pessoas da freguesia de Fornos sabem que este centro existe.

A pergunta que fica no ar é: "A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira está ciente deste espetáculo de portas fechadas?" Neste caso em concreto, garantidamente que sabe, o que permite concluir que é, muito provavelmente, uma aliada e apoiante silenciosa dessa abordagem.

Claro, que se pode argumentar que algumas associações podem querer manter as suas tradições e culturas intocadas, como uma espécie de "sociedade secreta" local. No entanto, é difícil ignorar o potencial desperdício de recursos e talentos que essa prática implica. Afinal, a inclusão e a diversidade são valores na ordem do dia, que dificilmente qualquer pessoa de boa moral pode colocar em causa.

Enquanto a postura das direções for a de que sócios só trazem “ruído”, quem perde é a comunidade e as futuras gerações. É hora de questionar se estas associações realmente desejam ser um elemento dinamizador do tecido social da região ou se preferem permanecer num mundo à parte, mantido à sombra das suas próprias tradições.