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Os aplausos da Câmara Municipal perante a suspensão da democracia

Os aplausos da Câmara Municipal perante a suspensão da democracia

Na sombra dos dilemas culturais de Santa Maria da Feira, paira a figura da Câmara Municipal, cuja inação perante a decadência do Centro Cultural e Recreativo de Fornos (CCRF) é, no mínimo, notável. O CCRF, outrora um local promissor de cultura e recreação, mergulhou deliberadamente numa crise de desinteresse e inatividade, enquanto a Câmara Municipal, na figura do seu Vereador da Cultura, assiste em silêncio, como se estivesse assistindo a um filme sem enredo.

Em vez de agir como guardiã da cultura e recreação da comunidade, a Câmara Municipal parece ter-se contentado em ser uma observadora passiva de um triste espetáculo de falta de democracia. A direção do CCRF não apenas negligencia os interesses da comunidade, como decide suspender a democracia, declarando de forma surpreendente que as vozes dos sócios e da comunidade que devia servir, não importam.

A suspensão da admissão de novos sócios, por parte da direção do CCRF, demonstra uma violação evidente dos estatutos da associação, e por conseguinte, da democracia.

A Câmara Municipal, apesar das várias advertências sobre esta situação, assistiu impávida e serena, eximindo-se de qualquer tipo de responsabilidade. Continua a apoiar até aos dias de hoje o CCRF e a sua direção, seja financeiramente ou através doutro tipo de proveitos, o que nos leva a crer que gostou do espetáculo e decidiu aplaudir de pé.

A negligência em relação ao CCRF é uma mancha no legado da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. A inação não é uma opção aceitável, e os habitantes de Fornos merecem, e exigem, uma liderança que defenda os seus direitos culturais com respeito, responsabilidade e compromisso. Chegou o momento da Câmara Municipal mostrar que a democracia e os interesses da comunidade são inegociáveis, independentemente da retórica que possa emanar da direção do CCRF.